Livro de curiosidades

Curiosidades

Ao longo das obras de construção do Forte da Graça, entre 1763 e 1792, morreram muitos operários. Logo em agosto de 1764 “experimentaram-se quatro minas, mas houve cinco desgraças de pernas e braços quebrados e logo um morreu feito em pedaços”.

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Em 1765, um capitão de mineiros inglês e três soldados da sua Companhia, do Regimento de Artilharia do Alentejo, roubaram por diversas vezes pólvora que existia num dos paióis da obra. Apanhados, foram imediatamente presos separadamente. Foram julgados no Conselho de Guerra e não sabemos a sentença. No entanto, num crime idêntico cometido no mesmo ano, mandou-se enforcar um Tenente e depois de morto cortaram-se-lhe os pés, as mãos e a cabeça que se puseram à porta do armazém de pólvora.

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Em 1770, o médico do Hospital Militar de Elvas (então denominado Hospital Real da Praça de Elvas) pediu aumento de salário porque no seu hospital para além de ter que assistir os militares enfermos da cidade de Elvas, que à altura tinha quatro regimentos de infantaria e um de cavalaria, tinha agora também que acudir aos operários da obra. Desta forma, diariamente assistia a mais de 300 pessoas o que era incomportável.

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Na construção do Forte da Graça, tendo em conta a falta de mão-de-obra e a necessidade urgente da fortificação, o Rei português enviou para Elvas os presos de quase todas as cidades do país para serem utilizados como trabalhadores.

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A povoação do Vedor, junto a Elvas, foi criada durante as obras do Forte da Graça com a construção de casas que albergavam grande parte dos operários que trabalhavam na obra, assim como diversas lojas. Recebeu o nome do Vedor Geral de Artilharia, Manuel Rodrigues de Ataíde, que aí tinha uma quinta.

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Depois do grande terramoto de 1755, o Marquês de Pombal cria um imposto de 4% sobre as mercadorias que entravam em Lisboa. Com a receita deste imposto foi possível a construção do Arsenal da Marinha e das Secretarias da Praça do Comércio em Lisboa e o Forte da Graça em Elvas, tendo este último custado 769:199$039 réis.

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Na porta interior do Forte da Graça, para além de um conjunto escultórico onde estão representadas as armas de Portugal, existe uma lápide com a seguinte inscrição:

IOSEPHUS. I. AUGUSTUS. INVICTUS. PIUS. / QUO. ADITUM. HOSTIBUS. IN. RELIQUAM. PROVINCIAM. INTERCLUDERET. / CURANTIBUS. GUILLIERMO. COMITE. LIPPIENSE. LUSITANORUM. MILITUM. / IMPERATORE. SUMMO. ET. SEBASTIANO. JOSEPHO. CARVALIO. MELIO. / COMITE. OEYRENSI. MAGNO. CONSILIARIO. ATQUE. ADMINISTRO. HANC. / ARCEM. A. FUNDAMENTIS. EXTRUXIT. OMNIQUE. PRAESIDIO. COMMUNIVIT / AN. MDCCLXVI.

O que significa “José I, Augusto, Invicto, Pio, para impedir a entrada dos inimigos na Província, sob a direção de Guilherme, Conde de Lippe, marechal general do exército português, e de Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras, primeiro conselheiro e ministro, fundou este forte e o municiou completamente. Ano de 1766.

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Durante as Invasões Francesas, a cidade de Elvas foi ocupada pelas tropas francesas comandadas por Junot no dia 11 de março de 1808. Enquanto a cidade passou a ter como Governador Militar o Coronel Miquel, o Forte da Graça passou a ter como Governador Militar, Miquel, filho do antecessor. Quando a maioria das tropas francesas recolhem a Lisboa, a cidade de Elvas é a única que fica guarnecida na fronteira terrestre do Sul do país. No Forte da Graça estavam então aquarteladas quatro companhias de suíços e três do Regimento 86º de infantaria de linha. Todas as armas e munições que existissem na cidade nas mãos de portugueses foram colocadas nos fortes para evitar uma insurreição. Ainda assim, na noite de 8 de julho de 1808, o governador militar da cidade e um engenheiro francês são alvo de uma emboscada junto à Fonte do Rui de Melo. Miquel fica gravemente ferido e os cavalos são mortos. Com Miquel em perigo de vida (haveria de falecer pouco tempo depois em Lisboa), o seu filho Miquel, governador do Forte da Graça, mandou executar sete prisioneiros portugueses junto ao local da emboscada.

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Após a revolta militar monárquica falhada de 18 de abril de 1925, liderada entre outros por Sinel de Cordes e Gomes da Costa, estes são enviados como presos políticos para o Forte da Graça em Elvas. Será no Forte que planearão o movimento de 28 de maio de 1926 que acabaria por impor a Ditadura Militar. Quem o assume é o Coronel Passos e Sousa, que se tornaria Ministro, e era então Governador do forte.